terça-feira, 7 de abril de 2009

Eu por inteiro


Eu sinto um nó na garganta e um aperto no coração, acordo no meio da noite com perguntas ecoando em meus ouvidos e dispersando meu sono...Eu me sinto um livro lido pela metade.

Metade de mim eu conheço bem, mas a outra, desconheço.Ela vive escondida e usa meus medos como escudo.

Metade de mim é essa que fica engasgada e que não sabe se vai ou se fica, essa que enquanto não aprende a ser por si só, fica sendo parasita dentro de mim, me atormentando com efeitos colaterais...

Enquanto ela se esconde, eu fico com essa, que atinge a contramão nas conversões, que atropela a ordem certa das coisas e acaba fazendo tudo errado...Eu fico com essa que tem a fragilidade e a ansiedade como cartões de visita.

E eu vou perdendo o sono, mediando as disputas e inquietações dessas minhas metades que não aceitam ser uma só e que parecem adotar uma idéia "Ou isto ou aquilo" da Cecília Meireles, quando diz: "Ou se calça a luva e não se põe o anel, ou se põe o anel e não se calça a luva".Enquanto elas não se entendem eu me machuco sendo eu pela metade o tempo inteiro...

Deus, eu queria deixar as insanidades e incertezas no fundo do armário, como eu faço com as blusas que não são dessa estação...E queria parar de me sentir "uma criança debatendo desajeitadamente no corpo de uma mulher"